sábado, 3 de julho de 2010

"Minha Adorável Lavanderia", por Juliana Ribeiro


Minha Adorável Lavanderia é um filme surpreendente, desde o inicio pela falta de protagonismo de Omar Ali, até o final brusco, apesar de o filme ter sim, terminado no tempo ideal. O filme de Stephen Frears conta a história de Omar, de família paquistanesa, cujo tio um empresário engajado, o contrata inicialmente para lavar carros. Omar nos primeiros momentos do filme mal aparece, de vez em quando balança a cabeça, e raramente abre a boca pra expressar qualquer ato de esperteza. Engana-se o espectador, mas logo se entende pelas ações dele, que ele não passa de um aproveitador, além de um boca grande (não fecha a boca nem antes de apanhar). Logo, Omar passa de limpador de carros à gerente de uma lavanderia, e com dinheiro sujo e a ajuda do melhor amigo Johny consegue modernizar o local, que fica mais parecendo uma boate.

O filme de certa forma contrapõe o trabalho duro com o dinheiro fácil: o pai de Omar não quer que o filho se envolva nos negócios do tio, pois sabe como sãos seus negócios. Ao mesmo tempo não expõe ingleses ou paquistaneses como partes separadas, dos dois lados há honestos e desonestos (mais desonestos do lado da Inglaterra, e mais ricos do lado do Paquistão), dando ao filme um ar punk da Inglaterra como um todo. As luzes, o neon e a música pop da época ajudam a compor o cenário que nada negam um estilo bem anos 80 de ver a vida. O ambiente da lavanderia é tão bem feito que é quase possível sentir o cheiro de sabão. O som das bolhas no início e no final do filme são muito interessantes por que ao mesmo tempo que fecham um período de tempo, não fecham uma ação, e o final fica um meio que “acabou?” preso na garganta, o que não é ruim de fato.

O relacionamento homossexual de Omar e Johny é sem dúvida o ápice. Os olhares picantes sempre trocados deixam uma dúvida no ar, até o ponto do primeiro beijo entre os dois, que aí não tem mais dúvida nenhuma. O relacionamento dos dois sempre em altos e baixos, por conta da ganância, Johny é trapaceiro de nascença, e

Omar na tentativa de fazer parte desse mundo através da nova lavanderia às vezes deixa para trás esse relacionamento, que parece mais em função do interesse. Além de tudo a comédia é divertidíssima. A cena de Omar com sua cara de sonso ouvindo seu e tio e sua amante fazerem sexo é impagável. E é claro essa resenha termina como o filme assim: cri, cri, cri

Um comentário:

  1. Segundo Ruana a resenha devia terminar assim: blu, blu, blu.

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