sexta-feira, 2 de julho de 2010
"Pink Floyd - The Wall', por Juliana Ribeiro e Ruana Pedrosa
Como se editava filmes em 1982? Esta dúvida começou a pairar sobre nossas cabeças ao assistir o filme de Alan Parker. O musical estrelado pelas músicas do álbum The Wall da banda Pink Floyd, retrata o sentimento de uma época que combatia as normas da sociedade. O filme, com mesclas de animação bem empregadas, narra não linearmente a trajetória de vida de um rapaz, Pink Floyd. Por causa da guerra perde seu pai ainda criança, e desde então tem dificuldades para se ajustar a superproteção da mãe, o que se reflete em todos seus relacionamentos posteriores. Na escola era perseguido pelo professor, refletindo no filme a visão contra o tipo de educação da época, fechada e manipuladora. Ao crescer ele se torna uma estrela do rock, mas todos os seus problemas da infância passam a refletir em sua vida pessoal e profissional.
Tenta cometer suicídio, mutila-se, deteriora-se por dentro e subjetivamente por fora. A montagem não linear e a musicalidade das ações são definitivamente os pontos mais interessantes do filme. Quase todas as cenas são intercaladas com imagens de diversas fases da vida de Pink, como por exemplos analogias diretas à doença na infância e na fase adulta. Uma edição tão bem trabalhada, que é digna de ser questionada em relação à tecnologia da época, pois muitos filmes recentes nem se comparam em competência.
O inteligente roteiro de Roger Walters, que era o vocalista e baixista da banda na época, é bem adaptado para o cinema, apesar do próprio Walter não ter gostado do resultado final. O filme ganha proporções acima do esperado tanto em público como em crítica, tornando-se quase um hino da juventude dos anos 80
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