terça-feira, 3 de abril de 2012
Sei onde fica o paraíso!, por Paula Gondim
Ela realmente sabe para onde está indo ou apenas pensa que sabe? Ela realmente tem todo o controle sobre sua vida ou algo que tenha uma força maior do que ela pode deixá-la sem esse controle?
Joan Webster desde muito cedo se mostra decidida em relação a tudo que deseja, isso mostrado nas cenas que falam da sua infância e juventude, quando ela vai numa direçao oposta ao que a maioria das garotas da época fazem. Torna-se uma mulher inteligente, que tem uma visão do mundo a frente do tempo em que vive; é ambiciosa e busca realizar suas vontades sem muito preocupar-se com a opinião dos outros. É perceptível no inicio do filme, quando ela diz a ele que vai se casar com um homem rico e o pai diz que ela não pode casar-se com ele e ela diz que vai casar com ele sim, que nem o seu pai exerce algum poder sobre ela e sobre as suas decisões, o que para época é algo totalmente incomum.
“Eu sei para onde estou indo. E sei com quem eu vou. Eu sei quem eu amo. Mas sabe Deus com quem me casarei..” o trecho da música mostra de alguma forma essa mulher decidida, mas ao mesmo tempo dá um um duplo sentido de que ela pensa sabe para onde está indo e quem ama, mas que na realidade o “Mas sabe Deus com quem me casarei” mostra que ela não está tão no controle da situação. Essa perda do controle sobre seu próprio destino, quando, por causa de um vendaval, se vê impedida de continuar a viagem até a ilha onde será seu casamento , desestabiliza a Srta Webster. E diante da sua impotência com aquela situação ela toma atitudes precipitadas e até egoístas, por que o que ela realmente quer, casar-se com um homem rico ter uma boa vida, está indo de encontro com um sentimento que está surgindo entre ela e o Torquill, que é o verdadeiro dono da ilha que ela tanto deseja chegar, mas não é aquele homem rico que ela desejou durante sua vida. Perder o controle sobre seus sentimentos é algo que Joan não pode acontecer, é irônico ela que sempre teve controle sobre toda a sua vida, ver-se numa situação que foge ao seu domínio. E então ela toma a decisão de seguir para a ilha mesmo com o mau tempo, como uma tentativa de fugir dos seus sentimentos por Torquill.
Esses poucos dias e as pessoas com que Joan convive mostram que ao mesmo tempo em que não é possível manter o controle sobre tudo que acontece na vida, nem impor suas decisões como sendo as certas e as que devam acontecer; ainda assim no fim do filme é ela que tem poder de decisão final sobre a sua vida; e ai ela que vai decidir entre viver o que realmente pode lhe fazer feliz, ou simplesmente continuar no seu desejo infantil e de ter somente aquilo que o dinheiro pode lhe dar?!
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