Contudo, o mérito do filme não está
somente em sua forte história, mas por trazer também um dos mais memoráveis
personagens do cinema, imortalizado pela fantástica atuação de Anthony Quinn, Alexei Zorba, ou
simplesmente Zorba; Esse personagem central do filme que muito carrega de uma
profunda visão e maneira de se viver. Zorba conduzirá o outro protagonista a
desbravar os incertos caminhos de uma nova vida.
A história do filme começa a partir
do encontro entre Basil e Zorba. Basil é um escritor de origem britânica que
por dificuldades com a sua criatividade, decide viajar para a Ilha de Creta com
o objetivo de recuperar a antiga mina de seu pai. O encontro ocorre justamente
antes da viagem, quando os dois personagens estão esperando o navio. Zorba
convence o jovem escritor que pode ajuda-lo com a mineração por causa de sua
experiência e a partir dai o que seria somente uma relação profissional, irá
marcar profundamente a vida dos dois.
A chegada em Creta é marcada por bonitos
detalhes na fotografia e por uma forte densidade já nas questões culturais da
população da própria ilha. A paisagem em conjunto a cultura local representam
um valor estético moral muito forte no desenvolvimento do filme (o
desenvolvimento da trama atravessará também as problemáticas da própria cultura
local).
O
desenvolvimento do filme vem a partir da convivência entre Zorba e Basil à
medida que vão buscando reconstruir a antiga mina da ilha. A relação entre os
dois é fortemente marcada a partir das próprias experiências deles na ilha um
com o outro e com os outros personagens.
A
aventura do filme é a aventura do ser humano. Zorba ensina Basil sua própria
ótica sobre a vida. A pessoa de Zorba se revela fortemente como uma
personificação do Carpem Diem, se
trata da vida como ela é, em seus pontos bons e ruins, mas acima de tudo
deve-se aprecia-la. Zorba ri, dança, trabalha, faz tudo com o verdadeiro gosto
necessário à vida. Todavia, haverá determinados balanços com certos aspectos
tristes e até trágicos, que não só se manifestarão nos personagens principais,
como também nos secundários. Entretanto tudo circula a partir da mesma ideia de
um olhar capaz de atravessar as questões existenciais que importam ao ser
humano.
O
desfecho do filme se apresenta a partir do momento em que a reconstrução da
mina não dá certo, porém é neste ponto que se revela que por traz de tudo
aquilo, se construiu na verdade uma grande amizade, uma amizade que marcaria
eternamente a vida dos protagonistas. Mesmo com tudo aparentemente perdido, o
que sobra fazer? Dançar! Essa é a resposta do Zorba aos problemas que tanto
pairam sobre a existência humana. O encerramento se dá com a dança de Zorba e
Basil, ao ritmo do muito importantíssimo tema musical do filme (outra grande
marca do filme para o cinema).
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